Plano de reestruturação da RTVE modificado

Uma versão substancialmente modificada do plano de reestruturação da radiotelevisão pública espanhola (RTVE) foi aprovada a 12 de Julho pela Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI) e pelos sindicatos maioritários na empresa, culminando nove meses de conflito e negociações.

Segundo a Federação de Sindicatos de Jornalistas espanhola (FeSP), a estratégia sindical de concentrações, manifestos, petições, manifestações e greves impediu que o desmantelamento da radiotelevisão pública espanhola fosse posto em marcha. A FeSP alerta no entanto que embora os indicadores actuais sejam positivos, a luta ainda não terminou.

Para já, o acordo alcançado prevê que a equipa tipo da RTVE terá 6400 trabalhadores, o que representa 68% do plantel actual contra os 55% inicialmente propostos, sendo que as redacções – o núcleo duro da produção de conteúdos – manterão um número de efectivos aceitável, por forma a garantir o profissionalismo, a liberdade, a independência e a ética da estação.

A FeSP confia que esta reducção de cerca de um terço da força de trabalho da RTVE seja efectuada de forma voluntária e sublinha que as negociações levadas a cabo fizeram com que fosse retirado do plano uma actualização salarial anual de 2%, passando esta a ser igual à que for ditada para o sector público.

A federação sindical optou ainda por adiar o referendo que tinha sido acordado por todos os sindicatos representados na RTVE, pois o facto de muitos jornalistas estarem actualmente em férias impedi-los-ia de exercer a sua responsabilidade individual e colectiva face a um plano desta envergadura.

Além das férias, este adiamento do referendo justifica-se porque nem todos os pontos importantes do acordo firmado a 12 de Julho estão concretizados, e porque ainda há questões, como o esquema de funcionamento de algumas emissões regionais, que merecem ser debatidas.

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