Dez anos depois, uma comissão parlamentar italiana está a investigar as mortes de Ilaria Alpi, repórter da RAI3, e do operador de câmara esloveno Miran Hrovatin, assassinados em Mogadíscio, na Somália, a 20 de Março de 1994.
Esta comissão, composta por 20 elementos, foi aprovada a 31 de Julho de 2003 e iniciou os seus trabalhos a 21 de Janeiro deste ano, tendo recebido recentemente o apoio claro da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que considera que a impunidade destes crimes é “uma mancha na história da liberdade de imprensa”.
Na investigação inicial às mortes, muitos factores sugeriam que os jornalistas haviam sido assassinados por estarem a investigar o tráfico ilegal de armas e de lixo tóxico entre a Itália e a Somália, sob a capa de programas italianos de ajuda ao desenvolvimento somali.
Os membros da comissão irão seguir esta pista, que poderá implicar figuras políticas, militares e económicas de topo de ambos os países. As conclusões da comissão parlamentar deverão ser apresentadas em Setembro.
Para já, os parlamentares estão a analisar se ambas as mortes foram premeditadas, dado que o relatório da autópsia de Ilaria Alpi, que andou desaparecido durante dez anos, indicava que a jornalista tinha sido executada.
Recorde-se que, a 26 de Junho de 2002, um tribunal de Roma considerou o somali Hashi Omar Hassan como um dos assassinos, tendo-lhe aplicado uma pena de 26 anos de cadeia, por não acreditar na premeditação do crime.