Organizações preocupadas com impunidade no Paquistão

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestaram preocupação com a impunidade que parece grassar no Paquistão, na sequência do assassinato de mais um jornalista.

A vítima foi Raja Assad Hameed, repórter sénior ao serviço do diário “Nation” e da estação televisiva Waqt TV, alvejado quatro vezes por homens não identificados quando chegava à sua casa em Rawalpindi, no Paquistão, na noite de 26 de Março. Não é claro o motivo do assassinato.

Dois dias antes, a 24, um jovem correspondente do “Dawn News”, Tariq Malik, também foi morto, num caso aparentemente relacionado com um roubo de rua e sem ligação ao trabalho profissional do jornalista.

Em reacção a estes casos, o Sindicato Federal de Jornalistas do Paquistão (PFUJ) apelou às autoridades para que tomem medidas sérias para acabar com a impunidade, uma posição partilhada pela FIJ, para a qual “indemnizar as famílias após os actos de violência é uma resposta insuficiente para lidar com os níveis de violência contra os média existentes em várias partes do Paquistão”.

Além dos dois assassinatos recentes, as organizações referiram dois casos ocorridos nas regiões tribais: o rapto e assassinato do jornalista Mussa Khankhel, a 18 de Fevereiro, e o sequestro de Khadija Abdul Qahaar – nome adoptado pela canadiana Beverly Giesbrecht, editora do sítio Jihad Unspun, quando em 2002 se converteu ao islamismo –, desaparecida desde 11 de Novembro de 2008, juntamente com dois assistentes paquistaneses.

Os raptores da jornalista já divulgaram três vídeos, o mais recente dos quais chegou ao clube de imprensa de Miran Shah a 18 de Março e onde Khadija Abdul Qahaar diz que os seus raptores vão “provavelmente” matá-la se até ao fim do mês não obtiverem o resgate de dois milhões de rupias (19 mil euros) que exigem.

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