As organizações pertencentes à Missão Internacional pela Liberdade de Imprensa e pela Livre Expressão no Nepal condenaram a repressão dos média e o ataque crescente à liberdade de expressão que se tem verificado no Nepal desde o golpe real de 1 de Fevereiro de 2005, anunciando a sua intenção de visitar o país em Março para apurar no terreno a situação actual.
Durante o último ano, a Missão Internacional – da qual fazem parte a Article 19, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), a FreeVoice, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a International Media Support, o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), o Instituto de Imprensa da Índia, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Associação de Média Livres do Sul da Ásia, a UNESCO, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC), a Associação Mundial de Jornais (WAN) e o Comité Mundial para a Liberdade de Imprensa – registou pelo menos 273 detenções, 147 casos de ameaças e ataques físicos a jornalistas e 569 casos de censura da imprensa.
Além disso, a imprensa independente perdeu a maior parte das protecções legais e constitucionais que tinha adquirido em 1990, a pressão económica do governo sobre as empresas de comunicação social aumentou e mais de mil jornalistas perderam o emprego.
Nas últimas semanas, o governo prendeu mais de 100 líderes políticos, activistas da sociedade civil e jornalistas, impôs o recolher obrigatório, limitou as comunicações, proibiu as manifestações em Katmandu e aumentou a censura dos média, colocando inclusivamente um embargo aos jornais e televisões da Índia.
A Missão Internacional demonstrou-se ainda alarmada pelo reacender do conflito armado entre o governo e os rebeldes maoístas e pelas notícias recentes de uma lei para uma entidade reguladora do audiovisual, uma entidade cuja criação é, em princípio, positiva, mas que poderá, ao que indicam os relatos, ser posta em prática de uma maneira negativa.