New Yorker e New York Times ganham Pulitzer

Denúncias sobre os casos de assédio sexual protagonizados pelo produtor cinematográfico Harvey Weinstein na base da distinção.

A revista New Yorker e o New York Times foram distinguidos com o prémio Pulitzer de serviço público ao revelarem, de modo “explosivo e impactante”, a acumulação de abusos sexuais por parte do produtor Harvey Weinstein, daqui resultando o movimento #Me Too contra outros que foram protagonistas de casos de assédio e abuso sexual.

Entre as distinções com o Pulitzer inclui-se o trabalho de investigação do Washington Post, premiado pela denúncia do assédio a menores que Roy Moore, candidato a senador no estado do Alabama pelo Partido Republicano, praticou ao longo dos anos 70. Foi por causa desta investigação jornalística que, pela primeira vez nos últimos 25 anos e apesar do apoio de Donald Trump, Moore e o partido perderam a eleição estadual.

Na categoria de jornalismo nacional, mais um prémio para o New York Times que o Washington Post também recebeu em função dos trabalhos “pelo interesse público da nação”, no sentido em que ajudaram a “compreender a estratégia russa de interferência nas eleições presidenciais de 2016 a favor de Trump”.

Arizona Republic e USA Today venceram na categoria de jornalismo explicativo, tendo por base trabalhos de vídeo, áudio e texto subordinados ao tema “dificuldades logísticas que envolvem a construção de um muro na fronteira com o México”, de acordo com a promessa eleitoral do atual presidente norte-americano.

A agência Reuters foi galaroada com a distinção na área de jornalismo internacional em função do acompanhamento à sangrenta guerra contra as drogas do Executivo filipino. A Reuters também venceu numa categoria de fotos devido à crise dos rohingya na Birmânia.

Kendrick Lamar, com o álbum DAMN, foi um dos premiados no universo não jornalístico, tal como os escritores Andrew Sean Greer e James Forman Jr, respetivamente, por Less (ficção) e Lockin Up Our Own: Crime and Punishment in Black America (não ficção). Em teatro, a distinção seguiu para Martyna Majok com Cost of Living.

Atribuídos desde 1917, os Pulitzer são os galardões mais importantes do Jornalismo nos Estados Unidos.

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