A estação Nepal FM foi ameaçada de encerramento pelo governo, por alegadamente ter difundido notícias a 7 de Julho, dia de aniversário do rei, quando estava interdita de colocar no ar conteúdos noticiosos.
A situação preocupa a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), para quem “o facto da Nepal FM não poder divulgar notícias já era suficientemente mau”. Se o governo encerrar a estação, refere a FIJ, isso “deixará as pessoas das regiões remotas sem informação e ainda mais isoladas”, já que a rádio é o principal meio informativo dos nepaleses.
O director da Nepal FM, Bishnu Hari Dhakal, já alegou que a estação “não quebrou quaisquer leis” e que a decisão de a encerrar é “ilegal”. No mesmo sentido se pronunciou a FIJ, sublinhando que “esta ameaça ignora a ordem do Supremo Tribunal nepalês relativa às licenças de radiodifusão e viola a Constituição do Nepal no que diz respeito aos direitos de expressão e de informação”.
A ameaça que agora pende sobre a Nepal FM surge na sequência da ofensiva lançada pelo governo contra a comunicação social, a 1 de Fevereiro, à sombra do golpe de Estado protagonizado pelo rei Gyanendra. Antes dessa data, o Nepal tinha um forte sector de rádio, que chegava a cerca de 70 por cento da população.
Em protesto contra a situação, a Federação de Jornalistas Nepaleses (FNJ) está a preparar um abaixo-assinado para entregar na próxima Assembleia-Geral das Nacções Unidas, e o Save Independent Radio Movement vai organizar manifestações e processar o governo pelas restrições à liberdade de expressão.
Os protestos culminam a 30 de Agosto, num Dia de Acção pela Liberdade de Imprensa no Nepal organizado pela FIJ, que já participou em anteriores acções em defesa da liberdade dos média nepaleses.
