Na morte de Manuel António Pina

O Sindicato dos Jornalistas tomou conhecimento, com profundo pesar, da morte do escritor e jornalista Manuel António Pina, de 68 anos, vítima de cancro, ocorrida hoje, 19 de Outubro, no hospital de Santo António, no Porto.

O jornalista Manuel António Pina, sócio n.º 238 do Sindicato dos Jornalistas, nasceu no Sabugal, e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Vivia no Porto e foi jornalista do “Jornal de Notícias” – onde iniciou a profissão em 13/1/71 – durante três décadas, sendo repórter, redactor, editor e chefe de Redacção. Mesmo depois de se reformar manteve, até há poucos meses, na última página do JN, a crónica “Por outras palavras”. Foi ainda cronista da “Notícias Magazine”.

Pertenceu ao Conselho de Imprensa como representante do SJ em 1982.

A par da actividade jornalística, Manuel António Pina destacou-se como escritor. Galardoado em 2011 com o Prémio Camões, o mais importante da Língua Portuguesa, tem uma vasta obra de poesia e literatura infantil, sendo também autor de inúmeras peças de teatro e de livros de ficção e de crónica.
Na área da literatura, destaca-se os livros “O país das pessoas de pernas para o ar”, “O têpluquê”, “Gigões & anantes”, “História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas”, e “O tesouro”, enquanto que na poesia sobressaem os títulos “Nenhum sítio”, “Um sítio onde pousar a cabeça”, “Cuidados intensivos”, “Nenhuma palavra, nenhuma lembrança”, “Os livros” e “Como se desenha uma casa”.

Para além do Prémio Camões, Manuel António Pina foi distinguido ao longo da sua longa carreira literária e jornalística com inúmeros prémios, nomeadamente o Prémio de Poesia da Casa da Imprensa (1978); Prémio Gulbenkian (1987); Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas (1993); Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários” (2002); Prémio de poesia Luís Miguel Nava (2003) e Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT (2005). A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.

O corpo do escritor estará em câmara ardente a partir das 16 horas deste sábado na Igreja do Foco, onde às 9.30 horas de domingo é celebrada missa pelo bispo das Forças Armadas. O corpo seguirá depois para o cemitério do Prado do Repouso.

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos do camarada de profissão agora desaparecido.

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