Morreu hoje, 31 de Maio, num hospital da Cidade do México, vítima de um tumor no cólon, uma das mais notáveis figuras do jornalismo ibero-americano, Luís Suárez, presidente da Federação Latino-Americana de Jornalistas (FELAP), da qual foi fundador em 1976 e secretário-geral durante dez anos.
Luís Suárez combateu na Guerra Civil de Espanha, tendo alcançado a patente de capitão no Exército Republicano, e foi forçado ao exílio, após a vitória das tropas falangistas. Chegou ao México em 1939, após quatro meses num campo de refugiados no sul de França, e logo nesse ano começou a trabalhar como jornalista, actividade que manteve até ao dia da sua morte.
Actor da Guerra Civil de Espanha e testemunha da história, Luís Suárez sempre quis ser «jornalista ao serviço de causas justas e humanas». Assim o afirmou na última grande entrevista que concedeu, precisamente a uma publicação portuguesa ”Jornalismo e Jornalistas”, que esta semana chega às bancas.
Colunista e colaborador durante 20 anos (1982-2002) de um dos mais importantes jornais mexicanos, o “Excelsior”, manteve também durante 17 anos o programa televisivo “Luís Suárez en el Once”, no Canal 11, e durante cinco o programa “Opinion: Luís Suárez desde Cuernavaca”.
Luís Suárez cobriu como repórter numerosos conflitos na América Latina e noutras regiões do globo, como Vietname e Afeganistão, e entrevistou importantes personalidades políticas como Che Guevara, Fidel Castro, Indira Ghandi, general Juan José Torres, Pham Vang Dong, Dolores Ibarruri, Santiago Carrillo, Willy Brand, Giscard D’Éstaing, Álvaro Cunhal e José Saramago.
Na última viagem à Europa, em Outubro do ano passado, visitou o Sindicato dos Jornalistas, tendo sido homenageado, nessa altura, pela Direcção do SJ.
O corpo de Luiz Suárez será cremado na segunda-feira no Panteón Español, da Cidade do México. As cinzas serão depois depositadas no jardim de sua casa de Cuernavaca, no mesmo local que recebera já as da mulher, Pepita.