Na morte de João Paulo Guerra

Hoje o jornalismo português ficou mais pobre. Morreu, aos 82 anos, João Paulo Guerra, jornalista e radialista, como gostava de se identificar.

Com um dom inato para a reportagem radiofónica, fez uma carreira repartida entre a Rádio Clube Português, Renascença, TSF e Antena 1. João Paulo Guerra formou gerações de jornalistas e radialistas, transmitindo o seu conhecimento e paixão, ao longo de 60 anos de profissão.
João Paulo Guerra começou no Serviço de Noticiários do antigo Rádio Clube Português, passou pela Rádio Nacional de Angola e foi co-fundador da Telefonia de Lisboa. Foi ainda repórter e editor da TSF, editou a “Revista de Imprensa” na Antena 1 e foi Provedor do Ouvinte do Serviço Público de Rádio, entre 2017 e 2021. Colaborou em suplementos como “A Mosca” do Diário de Lisboa e no jornal “Memória do Elefante”. Foi jornalista do “O Diário”, colaborador permanente do “Público” e de “O Jornal”. Foi também editor e redator principal do “Diário Económico” e guionista na SIC.

O trabalho de João Paulo Guerra foi reconhecido com diversos prémios. Recebeu, entre outros, o Prémio Casa da Imprensa, o Repórter X, o Prémio Gazeta e o Reportagem de Rádio. Em 2014, foi agraciado com o Prémio Igrejas Caeiro, um tributo à sua longa e distinta carreira no meio rádio.

João Paulo Guerra publicou várias obras de pesquisa jornalística e histórica, como “Memórias das Guerras Coloniais”, “Savimbi – Vida e Morte” e “Descolonização Portuguesa – O Regresso das Caravelas”. Aventurou-se também na ficção com “Romance de uma Conspiração” e “Corações Irritáveis”.

À família e amigos, em especial à irmã, Maria do Céu Guerra, e ao irmão, o também jornalista, Eduardo Oliveira e Silva, o Sindicato dos Jornalistas deixa um  abraço e sentidos pêsames.

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