Mulher despedida devido a fotografia no jornal

A norte-americana Tami Silicio foi despedida da empresa Maytag Aircraft por ter cedido uma fotografia, retratando mais de 20 caixões de soldados dos Estados Unidos mortos no Iraque, ao diário “The Seattle Times”.

O motivo alegado por William Silva, presidente da Maytag Aircraft, para o despedimento de Tami Silicio foi a violação das regras da empresa e das leis dos EUA, uma vez que, desde 1991, os média norte-americanos estão proibidos de mostrar imagens de caixões com os corpos dos soldados repatriados.

A Maytag despediu ainda David Landry, marido de Tami Silicio, e que, aparentemente, nada teve a ver com o caso.

Trabalhadora no terminal de carga do aeroporto do Kuwait, Tami Silicio assegura que tirou a fotografia para mostrar que os soldados mortos eram tratados com carinho e respeito e enviou-a a uma amiga, que posteriormente a enviou para o diário.

Este contactou a autora da fotografia e obteve o seu consentimento para a publicar, sem qualquer compensação, na edição de domingo, junto com um artigo acerca do seu trabalho no aeroporto, onde cumpria turnos de 12 horas com trabalhadores militares, no sentido de ajudar ao esforço de reabastecer as tropas dos EUA e ao repatriamento dos restos mortais dos soldados.

O director do “The Seattle Times”, Michael Fancher, assegura que nos e-mails e telefonemas recebidos pelo diário, a maioria dos leitores apoia a publicação da fotografia.

Este caso está a gerar ainda mais polémica porque, uma semana antes, a própria Força Aérea dos Estados Unidos tinha cedido mais de 360 fotografias de caixões cobertos com a bandeira ao sítio The Memory Hole (http://www.thememoryhole.org), na sequência de um Freedom of Information Act interposto por Russ Kick, responsável do referido sítio.

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