Movimento sindical em protesto contra atitude da CBC

Sindicatos de jornalistas de todo o mundo apelaram no dia 12 de Setembro ao governo canadiano para que pressione a Canadian Broadcasting Corporation (CBC), no sentido de resolver o diferendo que esta mantém com 5500 trabalhadores, que estão impedidos de entrar nas instalações desde 15 de Agosto.

Tudo começou quando, em sede negocial, os trabalhadores recusaram a proposta da CBC de transformar postos de trabalho a tempo inteiro e com regalias sociais em trabalhos temporários, ao que a empresa respondeu com a atitude unilateral de não os deixar trabalhar, preenchendo os espaços vazios criados na programação com conteúdos da BBC World e de outras emissoras internacionais com as quais a CBC tem acordos.

“A CBC deveria fornecer programação local adequada às diferentes comunidades do Canadá, em vez de abandonar o serviço público que lhe compete e transmitir noticiários e programas estrangeiros para preencher espaços vazios”, defende Aidan White, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Por esse motivo, representantes da FIJ e da Union-Network International apoiados pela Confederação Internacional de Sindicatos Livres (CISL) encontraram-se com o embaixador canadiano na Bélgica, para instar o governo do Canadá a “defender o bom nome e a reputação do seu serviço público de radiodifusão, que está a ser gravemente afectado pelas acções da administração da CBC”.

O embaixador John McNee acolheu as preocupações manifestadas pelos representantes sindicais e disse que iria retransmiti-las ao governo canadiano, que embora não tenha controlo directo sobre a CBC tem todo o interesse em ver o assunto resolvido rapidamente, para que a estação não perca audiências ou falhe no cumprimento do seu mandato de serviço público.

Este protesto foi ainda aproveitado por Aidan White para sublinhar a preocupação da FIJ com a crescente utilização de trabalhadores temporários no sector dos média, factor que prejudica a qualidade do jornalismo ao tornar os postos de trabalho menos atraentes e levando a que sejam preenchidos por trabalhadores com menor competência e experiência.

Protestos similares ao de Bruxelas foram levados a cabo em Berlim, Boston, Camberra, Copenhaga, Paris, Seul, Telavive, Tóquio, Washington, Londres e Jerusalém, sendo que nestas três últimas cidades foram ainda efectuadas manifestações de rua de apoio aos trabalhadores da CBC.

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