Morte de jornalistas no Iraque ficará por investigar

As mortes de jornalistas no conflito iraquiano não vão ser investigadas, concluiu a Repórteres sem Fronteiras (RSF), após ter recebido a resposta do Pentágono a um pedido de inquérito, que mostra não existir qualquer vontade de apurar responsabilidades e sancionar os culpados.

“A resposta do Pentágono resume-se a generalidades tais que podemos deduzir facilmente que o exército americano não tem a menor intenção de conduzir inquéritos sérios sobre os incidentes que causaram pelo menos a morte de quatro jornalistas”, disse o secretário-geral da RSF, Robert Ménard.

Ménard afirmou que a palavra investigação nunca é mencionada na resposta assinada por uma assistente do secretário de Estado da Defesa, Donald Rumsfeld, que não refere sequer o nome dos jornalistas mortos.

“Essa ligeireza e a evidente falta de vontade em sancionar os responsáveis dão uma imagem deplorável dos exércitos da coligação anglo-americana, que afirma ter conduzido esta guerra em nome de valores democráticos e liberais”, declarou o dirigente da RSF.

A organização de defesa da liberdade de Imprensa considerou também insuficiente a resposta da Comissão Internacional Humanitária para a investigação de violações à Convenção de Genebra. Trata-se de uma comissão criada em 1991 que até hoje não abriu um único inquérito.

O presidente da comissão, K. J. Keith, diz terem existido “acções das partes que atingiram uma gravidade tal que justificariam um inquérito da Comissão”. Mas acrescentou que nada poderá fazer, porque os Estados envolvidos no conflito “não manifestaram qualquer interesse em recorrer aos serviços da comissão”.

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