O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, co-fundador da agência fotográfica Magnum e pioneiro do fotojornalismo, morreu a 2 de Agosto em Paris, aos 95 anos de idade.

Nascido a 22 de Agosto de 1908, na pequena cidade de Chanteloup, a leste de Paris, Henri Cartier-Bresson apaixonou-se primeiro pela pintura, antes de se dedicar à fotografia no início da década de 1930.

Aplicando alguns dos princípios da pintura à fotografia, Cartier-Bresson defendia o estar no lugar certo no momento certo, aquilo a que chamava de “momento decisivo, o reconhecimento simultâneo, numa fracção de segundo, do significado de um acontecimento e a organização precisa das formas que dão a esse evento a sua expressão adequada”.

Preso em 1940 durante a ocupação alemã de Paris, escapou ao fim de três anos e mergulhou na clandestinidade da resistência francesa. Fotografou a libertação de Paris em 1945 e, em 1946, filmou o documentário “Le Retour”, viajando depois para os Estados Unidos para completar uma exposição “póstuma”, iniciada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque pensando que Cartier-Bresson morrera.

Em 1947, fundou a agência fotográfica Magnum, juntamente com Robert Capa, David Seymour, George Rodger e Bill Vandivert, ao serviço da qual passou três anos a percorrer a Ásia.

Em 1952 regressou à Europa e, dois anos mais tarde, foi o primeiro fotógrafo ocidental autorizado a entrar na União Soviética. Nos anos seguintes fotografou momentos decisivos um pouco por todo o mundo e recebeu inúmeros prémios, até que em 1968 pôs de parte a fotografia, dedicando-se ao desenho e à pintura.

Há quatro anos, juntamente com a mulher, a fotógrafa Martine Frank, e a filha Mélanie, criou a Fundação Cartier-Bresson, com o objectivo de reunir a sua obra e criar um espaço de exposição aberto a outros artistas.

Fotografias de Cartier-Bresson tiradas entre 1929 e 1989 em vários países europeus, incluindo Portugal, integraram a exposição “Europeus”, que esteve patente ao público em 2001, no Centro Cultural de Belém.