Ministro colombiano admite escutas ilegais aos média

O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, reconheceu publicamente a 14 de Maio que a polícia nacional tinha escutado ilegalmente nos últimos dois anos várias chamadas de funcionários governamentais, membros da oposição e jornalistas.

O ministro revelou que soube das escutas a 13 de Maio, quando recebeu informação de que chefes paramilitares continuavam activos apesar de estarem detidos, a par dos números de telefone de determinados jornalistas, parlamentares e funcionários do governo.

Depois de inicialmente terem dito que as escutas não haviam sido levadas a cabo por qualquer departamento governamental, as autoridades admitiram mais tarde que o Directorado de Polícia (Dipol) tinha gravado alguns telefonemas e vigiado os média. O director do Dipol, Guillermo Chaves, apresentou a demissão, que foi aceite.

Na sequência deste caso foi despedido o director nacional da polícia, Jorge Daniel Castro, bem como onze agentes que terão participado nas escutas ilegais.

Em reacção ao caso, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) exigiu explicações ao presidente Álvaro Uribe, afirmando que “espiar telefonemas não é digno de um estado democrático”, uma vez que viola as liberdades básicas garantidas na Constituição e “o princípio da confidencialidade das fontes, sem o qual o jornalismo não pode funcionar”.

A organização exigiu ainda ao presidente que revele se estava ou não a par do que se passava. Caso estivesse, a RSF exige que ele se explique perante o Congresso. Caso não estivesse, “então parte do aparelho de Estado estava fora de controlo e precisa de ser profundamente reformulada”.

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