A impossibilidade de livre circulação de organizações de direitos humanos na região de Aceh, imposta pelos militares indonésios, está a impedir a libertação de dois jornalistas reféns do movimento Gerakan Aceh Merdeka (GAM), denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).
Em carta enviada à presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, a organização exige que o governo remova os obstáculos criados pelo exército por forma a permitir a libertação do jornalista Ersa Siregar e do repórter de imagem Fery Santoro, raptados a 29 de Junho enquanto faziam uma reportagem em Langsa, na região de Aceh.
Em conversações com o GAM, a FIJ conseguiu negociar a libertação dos jornalistas a 19 de Agosto, com a condição de que estes seriam entregues a organizações de direitos humanos que se movessem livremente na região, algo que ainda não foi permitido pelas tropas indonésias.
Considerando o atraso do governo no desbloqueamento da situação destes jornalistas como “imperdoável e inexplicável”, a organização exige que o executivo permita a livre circulação da FIJ e da Cruz Vermelha Internacional na região, para que o acordo com o GAM se possa concretizar.
A FIJ pretende ainda ter garantias de que os jornalistas não serão sujeitos a detenção ou a formas coercivas de interrogatório por parte das autoridades indonésias.
A 18 de Dezembro, num dia de acção em prol da libertação destes jornalistas, elementos da organização entregaram pessoalmente cartas de protesto ao governo da Indonésia e aos seus representantes em nove países: Austrália, Bélgica, Estados Unidos, Filipinas, Malásia, Nova Zelândia, Países Baixos, Paquistão e Reino Unido.