Média norte-americanos estudam protecção das fontes

Vários órgãos de comunicação social norte-americanos têm vindo a estudar formas de melhor proteger o sigilo das suas fontes, depois da revista “Time” ter entregue à justiça as anotações de Matthew Cooper que levaram à identificação de Karl Rove, assessor de George W. Bush, como uma das fontes no caso Valerie Plame.

Assim, o “The New York Times” pretende que os seus jornalistas passem a identificar as fontes com siglas, para que quem as leia não possa identificar as pessoas em causa, e considera mesmo o recurso a soluções tecnológicas como e-mails criptografados ou com eliminação programada.

O editor executivo Bill Keller afirmou ainda que o diário está a estudar a adopção de um novo sistema telefónico interno que impeça a quebra de sigilo individual de cada ramal.

Já Karlene Goller, advogada do “Los Angeles Times”, é favorável a que cada jornalista tenha consigo todo o material de trabalho, por forma a que o órgão não possa quebrar o sigilo, como fez a “Time” no caso de Matthew Cooper.

No entanto, esta opção é contestada por Stuart Karle, conselheiro jurídico do “Wall Street Journal”, para quem esta técnica obriga o repórter a tomar sozinho a decisão de desobedecer a uma ordem judicial, além de que “os documentos estão muito mais seguros numa redacção do que na casa de um jornalista”.

Recorde-se que o polémico Caso Plame levou a que Judith Miller fosse presa por defender o sigilo profissional, apesar da jornalista do “The New York Times” nunca ter publicado uma única linha sobre o facto de Valerie Plame ser agente da CIA, informação que foi revelada publicamente pelo colunista conservador Robert Novak.

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