Média ameaçados na Bielorrússia

A sede da televisão russa “Rossia” em Minks foi encerrada pelas autoridades da Bielorrússia, em 23 de Julho, alegandamente por transmitir “informações distorcidas” sobre uma manifestação de opositores ao regime efectuada dois dias antes.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classificou de “escandaloso” o encerramento da estação e exigiu, em comunicado de 26 de Julho, que as autoridades “revejam esta decisão arbitrária”, que na sua opinião é um “acto de censura” que “ilustra as derivas autoritárias” do governo do presidente Alexandre Loukachenko.

Segundo a RSF, a televisão estatal bielorrussa informou a 23 de Julho, citando fontes oficiais, que o encerramento da “Rossia” se devia “à utilização deliberada de informações erróneas, insultando a dignidade dos cidadãos bielorrussos e tendo um efeito negativo sobre a imagem da República da Bielorrússia”.

A causa parece estar no facto de a estação televisiva ter afirmado que a manifestação realizada a 21 de Julho, em Minsk, havia contado com a presença de 2000 a 5000 pessoas, enquanto a polícia situava em 193 o número de participantes (as agências internacionais falavam de 4000).

O caso não é inédito. De acordo com a RSF, já em 2003 as autoridades haviam fechado a estação de televisão russa NTV, acusando-a de ter feito uma reportagem “tendenciosa” sobre o enterro de um escritor e opositor ao presidente Loukachenko. Anteriormente, em 1997, o jornalista Alexandre Stupnikov, correspondente da NTV, foi expulso do país com o mesmo pretexto.

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