Manual militar britânico reconhece importância da segurança dos jornalistas

A importância da segurança dos jornalistas em cenário de guerra foi, pela primeira vez, formalmente reconhecida num manual de procedimentos operacionais para com os média britânicos, em resposta a um repto do Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI).

O “Livro Verde” do Ministério da Defesa britânico inclui um capítulo totalmente dedicado à segurança dos jornalistas, reconhecendo o direito dos correspondentes de guerra à liberdade de movimentos na busca de informação na zona de operações, tendo as forças britânicas o dever de “nunca alvejar deliberadamente correspondentes individuais ou instalações civis dos média”.

Este reconhecimento de liberdade de circulação na zona de batalha não implica que as tropas tenham qualquer obrigação específica de protecção aos jornalistas superior ao que já está definido pela Convenção de Genebra, pelo que é aconselhável os jornalistas prepararem-se devidamente para a cobertura do conflito, uma recomendação que é subscrita também pelo INSI.

Apesar de nem todas as sugestões feitas pelo INSI terem sido aceites, o director Rodney Pinder afirmou-se satisfeito por, pela primeira vez, uma grande potência militar ter inscrito nos seus manuais alguns procedimentos importantes para tornar a cobertura jornalística dos conflitos mais segura, tanto nos conflitos actuais como em guerras futuras.

A título de exemplo, Pinder referiu estatísticas da Global Risk Awareness & Safety Programs, segundo as quais a imprensa foi a segunda “força” com maior percentagem de vítimas mortais na primeira fase da Guerra do Iraque, entre Março e Outubro de 2003, registando a perda de um por cento do seu contingente no terreno. O exército iraquiano registou 1,4 por cento, as forças da Coligação 0,4 por cento e os civis iraquianos 0,03 por cento.

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