Desde o dia 10 de Julho, pelo menos 22 jornalistas do Bangladesh receberam ameaças de morte, aparentemente enviadas por grupos islâmicos que os acusam de ser “inimigos do Islão” ou de “actuarem contra o Islão”.
As missivas – que diziam “preparem-se – vão morrer dentro de um mês” – concentraram-se sobretudo na cidade de Sylhet, onde 15 jornalistas foram alvo das ameaças, havendo ainda a registar cinco casos em Barguna e dois em Daca, capital do Bangladesh.
Os jornalistas ameaçados em Sylhet foram Ahmed Noor e Partha Sarathi Das, do “Prothom Alo”, Liakat Shah Faridi, do “Jugantar”, Al Azad, do “Sangbad”, Ajoy Pal, do “Bangla Bazar Patrika”, Kamkamur Razzak Runu e Apurbo Dhar, do “Ajker Kagoj”, Salam Mashrur, do “Janakantha”, Chowdhury Mumtaj Ahmed, Abdul Mukit e Motiul Bari Khuhrshed, os três do “Shyamol Sylhet”, Aziz Ahmed Selim e Tapash Dash Purokayastho, do “Jugobheri”, Bappa Ghose Chowdhury, do “Bhorer Kagoj”, e MA Rahim, do “Manavjamin”.
Em Barguna, as ameaças visaram M. Jasim Uddin, do “Prothom Alo”, Abdul Alim Himu, “do Ittefaq”, Anwar Hossain Monwar, do “Jugantor”, Chittyaranajan Shil, do “Sangbad”, e Hasanur Rahman Jhantu, do “Ajker Kagoj”.
Já em Daca, os visados foram Parvez Khan, repórter de crime do “Prothom Alo”, e Ikhtiar Uddin, correspondente local do “Bhorer Kagoj”.
“Esta erupção sem precedentes de ameaças de morte contra a imprensa demonstra mais uma vez a cultura de impunidade que existe no Bangladesh”, afirma o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que solicita ao governo que encontre e puna os responsáveis por estes actos.