Livro de Anna Politkovskaya lançado um ano após o seu assassinato

O livro “Um Diário Russo”, terminado pela jornalista Anna Politkovskaya poucos dias antes de ser assassinada em Moscovo a 7 de Outubro de 2006, é lançado quinta-feira, dia 11, pelas 18h30, na Fnac Colombo, em Lisboa, numa sessão apresentada por José Pacheco Pereira e José Manuel Fernandes.

A obra é editada pela Bertrand e cobre o período que decorre entre as eleições parlamentares russas de Dezembro de 2003 e a tragédia do cerco à escola de Beslan em 2005, incluindo relatos em primeira-mão, reflexões, conversas e observações sobre a política russa e o governo de Vladimir Putin, de quem Politkovskaya era crítica acérrima.

Segundo nota de imprensa da editora, a jornalista “denuncia as circunstâncias nada democráticas em que o presidente Putin foi reeleito, o silenciamento da imprensa, a neutralização dos partidos da oposição, bem como a incapacidade dos liberais e democratas para formar uma oposição unida e eficaz, e a lentidão com que a população russa contesta os ultrajes legislativos do governo”.

A passagem de um ano sobre a morte da repórter foi assinalada por várias organizações de defesa da liberdade de imprensa, como o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) ou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que a 5 de Outubro exibiu, na Praça do Trocadero, em Paris, fotos de Putin e Politkovskaya ao lado de 18 caixões que simbolizavam os 18 jornalistas mortos desde que Putin se tornou presidente em Março de 2000.

Também a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) recordou a data, apelando a que se aumentem os esforços para acabar com a impunidade nos casos de jornalistas assassinados e alertando para o facto de que há fortes probabilidades de 2007 ser um ano ainda mais negro para a classe do que o anterior, pois até Setembro foram mortos 148 profissionais, apenas menos sete do que o total anual de assassinatos registado em 2006.

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