As liberdades civis, com especial destaque para a liberdade de imprensa, tem vindo a ser sacrificada e ameaçada no âmbito do combate ao terrorismo, alerta um relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e do grupo Statewatch, tornado público a 3 de Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
“A resposta dos governos à ameaça do terrorismo é desproporcionada e coloca em risco uma cultura global de direitos humanos e liberdades civis conquistadas há quase 60 anos”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, na apresentação do documento, em Bruxelas.
Segundo o estudo, o jornalismo tem sido alvo de uma “atmosfera penetrante de paranóia” que conduz a níveis perigosos de autocensura, com órgãos de informação dissidentes limitados na sua expressão e frequentes violações do direito a um julgamento justo. Acresce, segundo a FIJ, que há governos a criarem às escondidas bases de dados para vigiar os cidadãos e estão a ser acordadas em segredo novas regras internacionais de “lavagem de políticas”.
O relatório inclui ainda uma análise das medidas tomadas contra o terrorismo em duas dezenas de países, concluindo que estas não melhoraram a segurança dos cidadãos e têm mesmo vindo a sacrificar os direitos destes e os valores democráticos.