A Junta militar que protagonizou na semana passada um golpe de Estado na Tailândia emitiu a 21 de Setembro directivas que resultaram no encerramento de mais de 300 estações de rádio comunitárias no Norte do país, região que continua a ser mais favorável ao primeiro-ministro deposto, Thaksin Shinawatra.

Estas ordens seguem-se a outras que exigiam que todas as emissoras de rádio fechassem os microfones aos telefonemas dos ouvintes e que todas as televisões deixassem de exibir as mensagens de texto enviadas por SMS pelos espectadores.

Na imprensa, o receio de uma intervenção censória apertada tem conduzido à autocensura de notícias críticas da Junta militar, enquanto na Internet os novos líderes da Tailândia ordenaram a censura de quaisquer comentários considerados provocatórios em chats e encerraram o sítio www.19sep.org, em virtude da publicação de críticas ao golpe.

Organizações internacionais como o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) já instaram o governo militar da Tailândia a acabar com estes atentados à liberdade de expressão, uma vez que eles não são coerentes com a alegada vontade da Junta em restaurar a democracia no país.