JORNALISTAS SILENCIADOS NA GUINÉ-BISSAU

Perante a notícia do encerramento compulsivo de dois jornais independentes, por ordem da Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau, que ameçou no mesmo sentido duas estações de rádio, o Sindicato dos Jornalistas enviou um protesto ao responsável directo pela decisão, bem como ao Presidente Kumba Ialá.

O Sindicato dos Jornalistas enviou, ao embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa, Máximo Gomes, a seguinte nota de protesto:

Ao tomar conhecimento das decisões da Procuradoria Geral da República da Guiné-Bissau de encerrar os jornais «Diário de Bissau» e «Gazeta de Notícias» e de ameaçar no mesmo sentido as rádios «Pindjiguiti» e «Bombolom», o Sindicato dos Jornalistas portugueses protesta veementemente contra tal arbítrio, que põe em causa direitos fundamentais de um Estado de direito democrático, como são as liberdades de informação e de opinião.

Nesse sentido, o Sindicato de Jornalistas portugueses manifesta a sua solidariedade com todos os profissionais impedidos de exercer livremente a sua missão e, independentemente de outras iniciativas que venha a tomar, comunica que vai interceder junto de instâncias internacionais, designadamente a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), no sentido de, por um lado, denunciar esta prática condenável e, por outro, de pedir o apoio destas organizações à luta dos jornalistas guineenses silenciados.

Ao manifestar-lhe a posição do Sindicato dos Jornalistas portugueses, solicitamos-lhe que, na sua qualidade de representante da República da Guiné-Bissau, faça chegar este nosso protesto ao Presidente da República, Kumba Ialá, bem ao Procurador Geral da República, Caetano Intchamá.

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