Jornalistas raptadas por sociedade secreta de mutilação genital feminina

Quatro jornalistas de Kenema, na Serra Leoa, foram raptadas, intimidadas e humilhadas a 6 de Fevereiro por pessoas elementos da Bondo, uma sociedade secreta que pratica mutilação genital feminina.

As jornalistas sequestradas foram Isha Jalloh, Jenneh Brima, Henrietta Kpaka e Manjama Balama-Samba, tendo esta última sido despida e obrigada a andar nua pelas ruas por elementos da Bondo, que não gostaram das entrevistas que as quatro mulheres fizeram a propósito do Dia da Tolerância Zero da Mutilação Genital Feminina, data celebrada a 6 de Fevereiro pelo quinto ano consecutivo.

“Este comportamento vergonhoso é digno de uma era passada e prejudicial para a imagem da Serra Leoa”, afirmou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), apelando ao presidente do país para que intervenha pessoalmente neste caso e garanta “a punição exemplar dos culpados”.

A organização instou ainda a ministra dos assuntos sociais, de género e da infância, Haja Musu Kandeh, a tomar nota deste incidente traumático para todas as mulheres leonesas e a cumprir a promessa de adoptar uma lei que proíba a mutilação genital feminina, prática que já afectou pelo menos dois terços das mulheres da Serra Leoa.

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