Jornalistas latino-americanos condenam a guerra

A Federação dos Jornalistas Latino-Americanos (FELAP) condena a guerra “injusta e mercenária” contra o Iraque e elogia a coragem dos jornalistas que se mantêm na zona para cobrir o conflito, exigindo que todos os seus direitos sejam respeitados pelos governos e comandos militares.

Os jornalistas devem dispor das “máximas garantias possíveis quanto às suas vidas e ao seu desempenho profissional”, afirma a FELAP, em declaração divulgada na quinta-feira, 20, na cidade do México. A organização representativa dos jornalistas da América Latina condena ainda “todas as medidas e tentativas para isolar os jornalistas do contacto com os factos e as fontes informativas, como aconteceu na Guerra do Golfo”.

A federação elogia a coragem com que centenas de jornalistas cumprem a sua missão no teatro de guerra, apesar de todos os riscos que isso representa, denunciando implicitamente, através do seu relato, os horrores de uma guerra injusta.

A oposição à guerra assumida no Conselho de Segurança por dois países latino-americanos, o Chile e o México, é também elogiada pela organização. “Congratulamo-nos por os governos do Chile e do México, membros do Conselho de Segurança, terem-se finalmente oposto à guerra, mantendo uma intensa actividade diplomática para encontrar uma saída pacífica e preservar a unidade desse organismo e das Nações Unidas, que o belicismo dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Espanha rompeu, dando início à guerra”, lê-se na declaração.

“A guerra no Iraque é injusta e desnecessária e afasta-se descaradamente do objectivo inicial de desarmar esse país”, afirma a FELAP. “Nem a crescente oposição da opinião pública internacional, incluindo a grande maioria dos meios de comunicação e dos jornalistas; nem o desaprovação maioritária do Conselho de Segurança e das Nações Unidas no seu conjunto, deteve o governo de um presidente Bush obcecado e messiânico, no seu propósito pré-determinado de começar uma guerra com o Iraque, que nas próximas fases assumirá as proporções de um genocídio. A sua «hora da verdade», envolta na roupagem suja da «liberdade iraquiana», é mais uma guerra de agressão imperial para se apoderar de países e de zonas de influência estratégicas, com as suas riquezas, escondendo sob pretextos hipócritas o domínio do mundo”.

Os jornalistas latino-americanos e as organizações sindicais filiadas na FELAP vêm exprimindo a sua oposição à guerra junto das populações dos respectivos países e exigem o fim do conflito e o regresso à mesa das negociações e às soluções pacíficas.

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