Jornalistas franceses convocam manifestação

Exigir uma informação livre, plural e de qualidade é o objectivo de uma manifestação convocada por diversas organizações francesas para 6 de Novembro, frente ao Ministério da Cultura e da Comunicação, em Paris.

O apelo à participação de todos os “cérebros não disponíveis” – uma clara alusão às declarações de Patrick Le Lay, director-geral da TF1, que disse que o seu trabalho consistia em “vender espaço cerebral suficiente para a Coca-Cola” – foi feito pelo Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), o SNJ-CGT, a Confederação Nacional de Rádios Livres, a Acrimed e a Attac, entre outros.

Este colectivo denuncia que a concentração dos média, editoras, tipografias, distribuidoras e emissoras nas mãos de uns poucos grupos, e com a cumplicidade do poder político, ameaça as liberdades civis. As referidas organizações contestam igualmente a visão ultraliberal das multinacionais que actuam noutros sectores e que detêm posições de relevo na imprensa (como a indústria de armamento no caso francês).

Os patrocinadores do protesto criticam também a visão do mundo que é imposta à sociedade pelos programas de entretenimento, cabeçalhos “sexy” de jornais de referência, livros e telejornais, apoiados por anunciantes e que não correspondem à realidade das pessoas.

Por esse motivo, exigem um serviço público com meios suficientes para se tornar num espaço de criação e não de publicidade, o direito ao trabalho com dignidade de jornalistas, criadores e trabalhadores dos média, o apoio activo dos governos à criação e desenvolvimento de órgãos de informação independentes e livres, e a apropriação democrática da TF1, vendida em 1987 sob o pretexto de “melhorias culturais” mas que hoje “actua como instrumento de lobbying do grupo Bouygues para “vender disponibilidade cerebral” aos anunciantes.

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