Jornalistas estrangeiros presos no Zimbabué

O jornalista Tony Harnden e o fotógrafo Julian Simmonds, do britânico “Sunday Telegraph”, estão detidos no Zimbabué desde 31 de Março sob a acusação de falta de acreditação. O correspondente da televisão pública sueca Fredrik Sperling foi preso e deportado, a 1 de Abril.

Os dois jornalistas britànicos estavam no país para acompanhar as eleições parlamentares desse dia no Zimbabué e foram presos junto a uma mesa de voto em Norton, uma localidade perto da capital, Harare.

Numa audiência a 4 de Abril, o juiz Never Diza definiu uma fiança de um milhão de dólares do Zimbabué (cerca de 125 euros) para a libertação de cada um dos jornalistas, mas os procuradores de imediato invocaram uma parte da lei de processo penal do país, congelando a ordem do magistrado e dando ao governo sete dias para recorrer da decisão judicial.

A acusação poderá valer uma pena de prisão de dois anos para os jornalistas britânicos.

Centenas de jornalistas estrangeiros foram autorizados a cobrir as eleições, mas muitos outros viram a sua acreditação recusada pelo governo, numa atitude vista pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) como “violadora do espírito da lei internacional, que afirma o direito das pessoas a procurar e receber informações independentemente de fronteiras”.

Correspondente da televisão sueca deportado

O CPJ denunciou igualmente a prisão em Harare e posterior deportação, a 1 de Abril, do jornalista Fredrik Sperling, correspondente da televisão pública sueca Sveriges Television (STV) na África Austral.

Esta acção das autoridades teve lugar dois dias depois do jornalista, acreditado para a cobertura das eleições no Zimbabué, ter sido levado para uma esquadra fora da capital, na sequência de filmagens a uma herdade expropriada anos antes pelo governo e agora ocupada por um familiar do presidente Robert Mugabe.

O jornalista foi ainda considerado “imigrante proibido”, o que impede a sua reentrada no Zimbabué.

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