Jornalistas do «Janeiro» em tribunal

Os jornalistas sindicalizados do diário “O Primeiro de Janeiro” vão comparecer no 2.º Juízo do Tribunal de Trabalho do Porto para uma audiência das partes, na quarta-feira, dia 5 de Novembro.

Aqueles profissionais de comunicação social fazem parte do grupo de mais de 30 jornalistas que foram ilegalmente despedidos no final de Julho. Além de nunca terem sido recebidos pela administração da empresa, que não lhes explicou o motivo do despedimento, não receberam qualquer indemnização e ficaram com um mês e meio de salários por liquidar.

O jornal “O Primeiro de Janeiro”, que está a ser produzido por um grupo de menos de dez jornalistas que até Julho eram responsáveis pelo suplemento de desporto “O Norte de Desportivo” e que estão com salários em atraso, pertence ao empresário de Oliveira de Azeméis Eduardo Costa.

Além de manifestar falta de seriedade para com os seus funcionários, o empresário tem demonstrado desrespeito pelos tribunais, conforme aconteceu no passado dia 29 no Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia. Estava agendado para esse dia uma audiência onde era requerida a insolvência da empresa Sedico/O Primeiro de Janeiro SA, para liquidar uma dívida de um associado do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa, ainda referente aos anos de 1990. A empresa sempre se opôs à insolvência, mas na véspera, dia 28 de Novembro, os seus advogados entregaram um requerimento no tribunal a desistir da oposição. Todavia, não compareceram à audiência marcada, o que levou o juiz a adiar qualquer decisão. No requerimento apresentado, os advogados de Eduardo Costa justificaram a desistência de oposição à insolvência da Sedico/O Primeiro de Janeiro SA com “uma inspecção realizada pelas Finanças, com consequências em liquidações de IRS, que terá levado a um afastamento dos funcionários e colaboradores”.

Os jornalistas sindicalizados, que vão comparecer no Tribunal do Trabalho, na quarta-feira, aguardam que se faça justiça, mas temem que o empresário Eduardo Costa não compareça, nem se faça representar, acabando por dificultar o acesso aos direitos que lhes assistem.

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