Os jornalistas dos vários títulos regionais do grupo britânico Trinity Mirror reivindicaram junto do director executivo da empresa, Sly Bailey, que os grandes lucros obtidos sejam usados para recompensar o trabalho, em vez de encherem os bolsos dos accionistas.
A reivindicação inclui um pedido de aumento de 5 por cento, um novo sistema de organização de estágios, um dia adicional de férias por cada cinco anos de serviço, o retomar do esquema de reformas anteriormente em vigor e a garantia do direito a folgas para quem faz horas a mais.
“Os resultados do Trinity Mirror antes do pagamento de impostos são superiores a 101 milhões de libras (cerca de 148 milhões de euros) em apenas seis meses, pelo que a reivindicação é razoável e exequível”, afirmou o secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (NUJ) britânico, Jeremy Dear.
O dirigente sindical acrescentou ainda que é essencial e urgente que as exigências dos jornalistas sejam satisfeitas, por forma a “recompensar aqueles que, apesar dos cortes, continuam a trabalhar no duro para produzir jornais de elevada qualidade” e bem sucedidos.
O aumento considerável dos lucros do Trinity Mirror foi obtido através de despedimentos, do encerramento do esquema de reformas e do apertar dos orçamentos editoriais, ao mesmo tempo que se pagavam bónus avultados aos executivos seniores – Sly Bailey recebeu mais de 1 milhão de libras só no último ano.
“O Trinity Mirror tem lucros superiores a 500 mil libras por dia, enquanto alguns dos seus colaboradores ganham 42 libras diárias”, revelou Jeremy Dear, para quem os jornalistas “estão a ser explorados para que os accionistas continuem a encher os bolsos”.
Estudos feitos pelo NUJ mostram que cada vez mais jornalistas britânicos têm segundos empregos para conseguir pagar as contas e muitos outros estão a sair dos jornais regionais para outras áreas dos média ou até para outras profissões.