Jornalistas do “24 Horas” isolados da Redacção

A administração do “24 Horas”, do grupo Portugal Telecom, colocou em instalações isoladas da redacção oito jornalistas que recusaram as propostas de rescisão de contrato. O SJ denuncia este acto de coacção e exorta a PT a “coibir-se de fundar o seu êxito no sacrifício da vida profissional e da dignidade dos trabalhadores”.

Os jornalistas encontram-se nesta situação desde o Natal, quando a redacção do diário foi transferida para o edifício do “Diário de Notícias”. Os oito profissionais foram colocados nas antigas instalações do “Jornal de Notícias” e da “Notícias Magazine”, que estão devolutas e sem que lhes sejam atribuídas tarefas.

É o seguinte o texto integral do comunicado do Sindicato dos Jornalistas sobre a situação no “24 Horas”:

“24 HORAS” ISOLA JORNALISTAS

1. “Um grupo de jornalistas do jornal “24 Horas” que não aceitou as propostas de rescisão dos respectivos contratos de trabalho continua isolado da sua Redacção, sendo mantido em instalações separadas, sem condições de trabalho e sem a atribuição de tarefas.

2. “A situação, que já foi objecto de uma intervenção da Inspecção Geral do Trabalho, a pedido do Sindicato dos Jornalistas, mantém-se desde o Natal, altura em que o jornal – que integra o universo editorial da Portugal Telecom – transferiu a sua Redacção para o edifício-sede do “Diário de Notícias”, na Avenida da Liberdade.

3. “Alegando insuficiência de espaço nas novas instalações e a criação de uma editoria de Grande Reportagem, na qual incluiu todos os oito jornalistas que haviam declinado as propostas de rescisão, a Empresa determinou a manutenção destes no espaço que deixava, na Avenida de 5 de Outubro.

4. “Posteriormente, os mesmos jornalistas foram mandados apresentar-se nas antigas instalações do “Jornal de Notícias” e da “Notícias Magazine” – ambas do grupo PT – na Rua de Rodrigues Sampaio, que se encontravam devolutas.

5. “Nestas instalações, além da ausência de condições elementares de bem-estar e até de higiene, os jornalistas permanecem desocupados e sem qualquer ligação à Redacção sede.

6. “Trata-se de uma situação que só pode ser interpretada como medida de coacção com vista à aceitação das rescisões dos contratos, uma vez que há, na actual Redacção-sede do jornal espaço suficiente para acolher os jornalistas em causa que restam desse grupo pois três já terão negociado a saída.

7. “O SJ exorta publicamente a Administração da Portugal Telecom a coibir-se de fundar o seu êxito no sacrifício da vida profissional e da dignidade dos trabalhadores ao serviço das suas empresas e a pôr termo a todas as formas de coacção com vista ao despedimento – sob qualquer forma – de jornalistas.”

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