Jornalistas de diário croata em greve

Os jornalistas do diário croata “Glas Istre” iniciaram domingo uma greve por tempo indeterminado, como forma de luta por direitos laborais, transparência na gestão da empresa e respeito pelo exercício independente do jornalismo.

O protesto – apoiado pelo Sindicato de Jornalistas Croatas e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) – é uma resposta aos meses de negociações falhadas entre o sindicato e a administração, que pretende introduzir uma semana de trabalho de seis dias, reduzir ainda mais os salários e despedir cerca de 30 trabalhadores, o que representa um quarto da força de trabalho.

Em Fevereiro deste ano, a Glas Istre Ltd revelou uma dívida de mais de 13 milhões de euros, causados em grande parte por especulação imobiliária imprudente, tendo o jornal sido então vendido a Albert Faggian, um empresário local cuja actuação tem estado sob investigação judicial e que reestruturou a organização, declarou o contrato colectivo nulo e reduziu os salários em 40 por cento.

Perante a inflexibilidade do novo dono em recuar na questão dos salários e do contrato colectivo, não restou aos trabalhadores outra alternativa senão a greve. Porém, a eficácia desta foi diminuída por uma decisão judicial do tribunal de Pula, onde um magistrado determinou que o jornalismo não pode ser interrompido mesmo quando os trabalhadores estão em greve, a lutar pelos seus direitos, e ordenou serviços mínimos.

Esta decisão “vergonhosa”, como a apelidaram diversos líderes sindicais, obriga que 20 trabalhadores continuem a produzir o diário todos os dias, tendo a delegada sindical Masa Jerin apelado aos leitores para que não comprem o jornal feito sob ordem judicial.

Em reacção à greve, Albert Faggian afirmou que a mesma não serve ninguém e que está disposto a chegar a um compromisso, excepto no que diz respeito aos salários, dizendo inclusivamente que a greve poderia levar a uma redução dos vencimentos.

Partilhe