Em protesto contra o relatório Hutton e a reacção ao mesmo do conselho de governadores da BBC, os jornalistas da radiotelevisão pública britânica marcaram uma manifestação para 5 de Fevereiro, entre o meio-dia e as 14 horas, à porta das instalações da empresa.

O protesto – que se estende às várias delegações da BBC no Reino Unido – foi precedido pela exigência de “demissão imediata” do presidente interino, Lord Ryder, por parte de jornalistas seniores da BBC, que consideraram inaceitável o “pedido de desculpas servil” efectuado na sequência do relatório Hutton.

Numa resolução emitida sexta-feira, os representantes dos trabalhadores da BBC no Sindicato Nacional de Jornalistas (NUJ) distanciaram-se das desculpas sem reservas de Lord Ryder e lamentaram a saída de Greg Dyke.

Desde que deixou a empresa, o ex-director-geral tem atacado insistentemente o relatório Hutton e revelou mesmo que o conselho de governadores da BBC o forçou a demitir-se. Greg Dyke acusou ainda o governo de Tony Blair de pressão constante sobre a BBC durante a guerra do Iraque.

Apesar dos esforços do director-geral interino, Mark Byford, o descontentamento na BBC não pára de aumentar e cativa cada vez mais o apoio público. Alarmado com a situação, o governo promete agora que a independência da empresa será garantida, admitindo nomear para a chefia da radiotelevisão pública britânica alguém sem quaisquer ligações políticas.