Jornalistas condecorados com a Ordem da Liberdade

Os jornalistas Maria Antónia Palla e José Rebelo foram agraciados com a comenda da Ordem da Liberdade, no dia 26 de Abril, por se notabilizarem “na luta pela liberdade” e por contribuírem “para a consolidação do regime democrático e do Estado de Direito”, como salientou o Presidente da República, Jorge Sampaio.

Maria Antónia Palla e José Rebelo integraram um grupo de 28 individualidades e três entidades colectivas agraciadas com a Ordem da Liberdade, uma condecoração relacionada com o 25 de Abril e entregue em cerimónia comemorativa dos 30 anos da Revolução.

Maria Antónia Palla preside actualmente à comissão administrativa da Caixa de Previdência dos Jornalistas. Iniciou a profissão de jornalista em 1968 e trabalhou em diversos jornais e revistas e na RTP.

Antes do 25 de Abril, empenhou-se na defesa da liberdade de informação e pugnou pelos direitos das mulheres, prosseguindo nessa acção após a Revolução de Abril. Foi membro eleito do Conselho de Imprensa e foi a primeira mulher eleita para vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas, depois de ter presidido ao Conselho Técnico e Deontológico.

Entre 1974 e 1976, manteve com a jornalista Antónia de Sousa um programa quinzenal na RTP, “Nome de Mulher”, que registou os momentos mais representativos da luta das mulheres portuguesas nesse período. Um desses programas, “Aborto não é crime”, valeu-lhe um processo de que foi absolvida em 1979, tendo o Tribunal considerado que, como jornalista, tinha não só o direito mas o dever de denunciar uma situação social tão grave como é a do aborto clandestino.

Maria Antónia Palla publicou os seguintes livros: “Revolução, meu Amor” (Prelo, 1969), “Só Acontece aos Outros” (Bertrand, 1979), “A Condição Feminina” (Imprensa Nacional, 1989).

José Rebelo dedicou-se à docência universitária depois de exercer as funções de enviado especial e de correspondente do “Le Monde” em Portugal, entre 1975 e 1991. Ingressara na redacção deste jornal em 1972 em França, onde se exilara. Iniciou a sua carreira de jornalista no “República”, em 1967.

Doutorado e Agregado em Sociologia, lecciona no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). A sua carreira universitária inclui a docência na Universidade de Paris III – Sorbonne, na Faculdade Nova de Lisboa, nas Universidades Católica e Lusíada e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

José Rebelo publicou “Formas de Legitimação do Poder no Salazarismo (Livros e Leituras, 1998), “O Discurso do Jornal” (Notícias, 2000), “A Comunicação – Temas e Argumentos” (Minerva Coimbra, 2003);organizou, com Mário Mesquita, “O 25 de Abril nos Media Internacionais” (Afrontamento, 1994).

Foi membro do Conselho de Opinião da RDP, de 1996 a 2000, é director da revista “Trajectos”, do Departamento de Sociologia do ISCTE, e integra os conselhos editoriais das revistas “Sociologia, Problemas e Práticas”, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, e “Observatório”, do Observatório da Comunicação.

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