O jornalista Ernest Mason, que desde 1998 luta por obter asilo nos Países Baixos, vai ser deportado para a Serra Leoa, seu país de origem, deliberaram as autoridades holandesas. A decisão está a ser criticada pelos sindicatos da classe.

Ernest Mason, que afirma integrar uma lista de “jornalistas a abater”, trabalhou nos Sierra Leone Broadcasting Services e criou a página de Internet www.sierrawatch.com já na Holanda, tendo aí criticado o governo leonês, que não costuma tolerar contestações à sua política.

O jornalista, cujo pedido de asilo expirou e que não conseguiu fazer-se ouvir pelo Conselho de Estado holandês, foi detido em Eindhoven em Março passado por não possuir documentação a autorizar a sua permanência no país e encontra-se agora em Tilburg, à espera de ser deportado.

Constestando a decisão, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) recordou que, “desde 1999, 15 jornalistas foram mortos da Serra Leoa, a maioria dos quais apanhados na linha de fogo entre os rebeldes da Frente Unida Revolucionária e as forças de manutenção da paz da África Ocidental”.

Segundo a FIJ, os jornalistas que divulgam casos de corrupção no aparelho estatal tornam-se alvo de censura e perseguição, sendo comum o recurso a queixas por difamação para levar os jornalistas mais independentes perante o tribunal.

Também o Sindicato dos Jornalistas Holandeses (NVJ) criticou a deportação de Ernest Mason, considerando que a medida pode colocar em risco a vida do repórter.