Jornalista tunisino em greve de fome

O tunisino Hamadi Jebali, ex-editor do semanário “Al-Fajr”, está em greve de fome desde 15 de Setembro, em protesto pela pena de 14 anos de “encarceramento injusto” a que foi condenado. O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com o débil estado de saúde do jornalista.

Esta é a segunda greve de fome que Hamadi Jebali leva a cabo este ano, depois de entre 9 e 25 de Abril ter protestado para obter melhores condições, o que lhe valeu a transferência da prisão de Sfax para a de Mahdia, terra mais próxima de Sousse, onde reside a sua família.

Preso pela primeira vez em 1991, devido a um artigo em que solicitava o fim dos tribunais militares na Tunísia, Hamadi Jebali foi julgado no ano seguinte por um tribunal militar que o condenou a 16 anos de prisão por pertença do partido islâmico Al-Nahda. Segundo o CPJ, tal ligação não ficou provada, tendo as acusações sido baseadas na ligação do jornalista ao “Al-Fajr”.

Além da sentença aplicada ao jornalista, à mulher e filhas do repórter foi negado o passaporte, situação que impede estas últimas de prosseguirem os estudos no estrangeiro, como pretendiam.

“O governo tunisino, que irá em breve receber líderes internacionais para discutir a troca de ideias na Internet, deveria respeitar os princípios da liberdade de expressão e libertar de imediato Hamadi Jebali”, afirmou Ann Cooper, directora-executiva do CPJ, referindo-se à Cimeira sobre a Sociedade da Informação que será realizada em Novembro na capital tunisina.

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