Jornalista preso arbitrariamente no Djibouti

Houssein Ahmed Farah, jornalista do “Renouveau”, foi detido pela polícia a 8 de Junho na cidade de Djibouti, capital do país com o mesmo nome, numa acção que a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) considera arbitrária.

Houssein Ahmed Farah regressava de uma reportagem no bairro de Arhiba, na capital, quando – à passagem de uma comitiva com Kadra Mahamoud, mulher do chefe de Estado, Ismael Omar Guelleh – foi acusado de “pôr em perigo o cortejo da primeira dama”.

Depois de ter estado detido durante mais de quatro dias numa esquadra – embora segundo a lei o máximo permitido seja de 96 horas –, Houssein Ahmed Farah foi transferido para a prisão central de Gabode, na periferia da capital.

O jornalista foi colocado em regime de isolamento, sem direito a receber visitas, numa zona da prisão em que se fazem sentir 45 graus centígrados e onde a refrigeração é praticamente inexistente.

Perante esta situação, a FIJ considera que a detenção teve lugar sob pretextos falsos, pelo que exige a sua libertação. A FIJ faz ainda notar que as condições em que o jornalista se encontra encarcerado desrespeitam os acordos internacionais de respeito dos direitos humanos, assinados em 2003 pelo Djibouti.

Houssein Ahmed Farah é irmão de Daher Ahmed Farah, chefe de redacção e director do “Renouveau” que é regularmente detido pelas autoridades por alegados delitos de imprensa, estando mesmo em curso junto do Supremo Tribunal do Djibouti um processo com vista ao encerramento daquela publicação independente.

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