Jornalista libertado de campo de trabalhos forçados

O jornalista Nikolai Markevitch foi libertado de um campo de trabalhos forçados na Bielorússia, onde estava detido por ter criticado o Presidente Lukashenko. Dois outros jornalistas que cumpriam pena com Markevitch continuam prisioneiros, também após terem sido condenados por delito de opinião.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considerou que a libertação do editor do jornal da oposição “Pagonya” era “o mínimo” que as autoridades da Bielorússia podiam ter feito e considerou inadmissível que os jornalistas Pavel Majeiko e Viktor Ivaskevich continuem detidos em condições extremamente duras.

Nikolai Markevitch encontra-se em liberdade condicional desde 4 de Março e terá de se apresentar regularmente às autoridades da cidade de Grodno, onde vive, além de pagar 15 por cento do seu salário ao Estado durante os próximos 12 meses.

Para a RSF, o jornalista não devia estar em liberdade condicional mas sim no pleno exercício das suas funções, enquanto Pavel Majeiko, um repórter do jornal de Markevitch, e Viktor Ivaskevich, editor de outro jornal da oposição, o “Rabochy”, deviam ser “libertados imediatamente e sem condições”, disse o secretário-geral da organização.

Robert Ménard exigiu a abolição dos artigos 367, 368 e 369 do Código Penal, que permitem a aplicação de penas até cinco anos de prisão por “insultar e difamar o Presidente”.

Os três jornalistas foram condenados a penas de prisão em campos de trabalhos forçados ao abrigo desses códigos. Markevitch foi condenado a uma pena de 18 meses e encontrava-se preso desde 1 de Setembro de 2002, por ter acusado Lukashenko de estar envolvido no desaparecimento de opositores ao Governo, nomeadamente o jornalista Dmitir Zavadski. Majeiko encontra-se detido desde a mesma data, também por ter criticado o Presidente da Bielorússia. Ivaskevich cumpre uma pena de dois anos desde Dezembro de 2002, por ter escrito um artigo onde acusava Lukashenko de corrupção, cujo título era “O lugar de um ladrão é na prisão”.

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