Jornalista italiano condenado a 18 meses de prisão

A 24 de Fevereiro, um tribunal do Trieste condenou Massimiliano Melilli, ex-jornalista do semanário “Il Meridiano”, a 18 meses de cadeia e ao pagamento de uma multa de 100 mil euros, por “difamação”.

A pena foi contestada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que relembrou ao ministro da Justiça italiano Roberto Castello as recomendações da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas de não aplicar penas de prisão a ofensas de imprensa.

“A parte que se sentiu difamada tem, obviamente, direito a ser reparada, mas é impensável que um jornalista seja preso por escrever um artigo num dos países fundadores da União Europeia”, sublinhou a RSF.

Os artigos que originaram este processo de difamação foram publicadas a 9 e 16 de Novembro de 1996 e falavam de rumores de “festas eróticas” entre o jet set do Trieste. Uma das pessoas focadas, mas nunca nomeada, era Rosanna Illy, mulher do actual presidente da região de Frioul-Vénétie, que avançou com o processo por considerar que o jornalista tinha distorcido os seus comentários numa entrevista do “Il Meridiano”.

Um tribunal de primeira instância já havia condenado, em Junho de 2000, Massimiliano Melilli e o chefe-de-redacção do “Il Meridiano”, Francesco Paticchio, a 18 meses de prisão, apesar da acusação ter pedido apenas seis meses. O jornalista recorreu da sentença e o seu superior foi dispensado da pena devido ao seu debilitado estado de saúde.

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