Jornalista e advogado russos assassinados em Moscovo

A jornalista de investigação Anastasia Baburova, do “Novaya Gazeta”, e o advogado Stanislav Markelov, conhecido por defender casos de direitos humanos, foram assassinados ao início da tarde de 19 de Janeiro, numa rua movimentada de Moscovo.

A jornalista de 25 anos e o advogado de 34 conversavam perto de uma estação de metro quando um homem se aproximou e alvejou Stanislav Markelov na nuca com uma pistola equipada com silenciador, matando-o de imediato.

Quando Anastasia Baburova tentou pará-lo, o assassino atingiu-a com um tiro na cabeça, provocando-lhe ferimentos graves que viriam a resultar na morte da jornalista horas depois no hospital.

Sergei Sokolov, editor-adjunto da “Novaya Gazeta” – jornal para o qual também trabalhava Anna Politkovskaya, morta em 2006 – disse ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que, “aparentemente, Markelov era o alvo principal”, possivelmente por ter denunciado momentos antes, em conferência de imprensa, a libertação do militar que matou Elza Kungayeva, uma jovem civil chechena morta em 2000.

“Embora ela possa não ter sido o alvo, as circunstâncias em que foi morta provam o desrespeito pela lei e a intolerância para com vozes independentes e críticas que ainda envolvem os média na Rússia”, afirmou o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White.

Também o CPJ e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenaram o assassinato da jornalista e do advogado e instaram as autoridades russas a investigar o crime de forma eficaz e exaustiva e levar os responsáveis perante a justiça.

“Só quebrando o ciclo de impunidade se pode parar com os crimes de jornalistas, advogados e defensores dos direitos humanos na Rússia”, disse a RSF, enquanto o CPJ recordou que, só desde 2000, foram mortos 16 jornalistas na Rússia em retaliação directa pelo seu trabalho e que os assassinos apenas foram condenados num caso.

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