Zhao Yan, secretário de redacção nas instalações do “New York Times” em Pequim e ex-repórter da revista “China Reform”, foi detido em Xangai no dia 17 de Setembro, sob acusação de ter “fornecido segredos de Estado a estrangeiros”, o que pode valer-lhe a pena capital.

A detenção teve lugar depois de, no dia 7, o “New York Times” ter noticiado, citando fontes próximas das cúpulas chinesas, a intenção de Jian Zemin de abandonar a presidência da Comissão Militar Central, o que precedeu o anúncio oficial de transferência de liderança para Hu Jintao, a 19 de Setembro.

Tudo indica que o jornalista é suspeito de ter divulgado esta informação ao jornal mas, de acordo com Susan Chira, editora na publicação, Zhao Yan encontrava-se a trabalhar como pesquisador e não como repórter, não se devendo a ele a notícia.

Zhao Yan foi pressionado pela polícia diversas vezes ao longo deste ano depois ter escrito em tom crítico na “China Reform” acerca dos abusos governamentais sobre os camponeses.

Para o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Zhao Yan está injustamente preso, o que significa que uma sensação de ameaça pende agora sobre os jornalistas chineses.