Jornalista despedido por recusar cobrir guerras

Richard Gizbert, repórter em Londres da estação norte-americana ABC News desde 1993, acusa a empresa de o ter despedido por recusar trabalhos em cenários de guerra. O jornalista processou a estação e exige uma indemnização de quatro milhões de dólares.

Repórter nos conflitos da Chechénia e Bósnia-Herzegovina, Gizbert alega que o seu despedimento se deve ao facto de ter recusado cobrir conflitos no Afeganistão e no Iraque, apesar de estar já com um novo contrato em que abdicara de regalias a troco de deixar de acompanhar guerras.

De acordo com Richard Gizbert, muitas empresas jornalísticas estão com dificuldade em conseguir deslocar jornalistas para terrenos de guerra, devido aos ataques à bomba e aos raptos que aí têm lugar.

No seu caso, a ABC News disse-lhe que não o despedia por ele não querer acompanhar conflitos, mas alegou que iria substituí-lo por um repórter que aceitasse fazê-lo.

A ABC News recusa-se a comentar o caso do jornalista mas, de acordo com o código de conduta do News Security Group, que também foi assinado pela estação, os repórteres destacados para zonas de conflito “têm de aceitar essa missão voluntariamente”.

No âmbito do processo, vários responsáveis da ABC vão ser ouvidos num tribunal em Londres, uns presencialmente e outros através de vídeo-conferência.

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