Ahmed Nouri Raziak, operador de câmara da Associated Press, está encarcerado há mais de um mês, sem acusação formada, em Camp Cropper, perto do aeroporto de Bagdade, depois de forças iraquianas e norte-americanas o terem detido a 4 de Junho na sua casa em Tikrit.

Na passada semana, um comité de análise militar norte-americano ordenou o prolongamento da detenção por mais seis meses devido a “razões imperativas de segurança”, sem contudo especificar o que leva as autoridades a considerarem o jornalista da AP como uma ameaça.

“As forças norte-americanas no Iraque continuam a ignorar as normas processuais mais básicas ao deterem um jornalista sem qualquer acusação ou explicação”, lamentou o director-adjunto do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Robert Mahoney, sublinhando que Raziak é apenas o mais recente de uma lista crescente de jornalistas, sobretudo iraquianos, detidos sem acusação ou julgamento durante longos períodos.

Um dos casos similares mais famosos foi o de Bilal Hussein, libertado em Abril último pelas tropas dos EUA após dois anos de cativeiro, durante os quais foi alvo de acusações infundadas de colaboração com insurgentes.