Jornalista canadiana instada a revelar as fontes

Os advogados da Sociedade Imobiliária do Quebeque (SIQ) exigem que a jornalista Karine Gagnon, do “Journal de Québec” entregue ao tribunal todas as suas notas e gravações relativas a um artigo que escreveu sobre a presença de amianto em alguns edifícios governamentais.

O texto foi publicado a 24 de Novembro de 2006 e teve como consequência o despedimento de Denis Petitclerc, da SIQ, por ter sido fonte da jornalista. Esse despedimento está actualmente a ser contestado judicialmente e, no âmbito desse processo, os advogados da empresa pretendem saber a identidade de todas as pessoas com quem Karine Gagnon falou em condição de anonimato.

Criticando as pretensões dos causídicos da firma canadiana, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) relembra que “a lei obriga a que o jornalista revele material confidencial só quando tal é absolutamente crucial para uma investigação criminal”, algo que “não acontece neste caso”.

A organização recorda ainda que esta não é a primeira vez que um jornalista canadiano é instado a revelar as fontes em tribunal desde que, a 15 de Setembro de 2004, foi aprovada uma emenda que obriga a imprensa a entregar às autoridades arquivos e apontamentos considerados essenciais para investigações criminais.

Os dois casos anteriores ocorreram com os jornalistas do “Hamilton Spectator” Ken Peters e Bill Dunphy, em 2004 e em 2006, respectivamente.

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