Jornalista assassinado no Peru

Quatro homens armados entraram num restaurante de Viru, no Peru, a 3 de Maio, e assassinaram a tiro Julio Cesar Castillo, apresentador de um programa informativo na Radio Ollantay.

Chocadas com esta morte, ocorrida em pleno Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) instaram as autoridades a lançar uma investigação imediata para encontrar os culpados, até porque o jornalista de 41 anos recebia ameaças de morte desde Março, altura em que denunciou casos de corrupção que envolviam funcionários públicos locais.

Temendo que este assassinato influencie a cobertura que outros jornalistas peruanos estão a fazer da campanha eleitoral no país, a FIJ apoia um apelo da Associação Nacional de Jornalistas do Peru para que todos os partidos respeitem a independência dos jornalistas e não exerçam pressões indevidas sobre os mesmos.

A este propósito, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) destacou que, apesar das promessas de respeito pela liberdade de expressão e de imprensa feitas pelos dois candidatos às presidenciais de 5 de Junho – Keiko Fujimori e Ollanta Humala –, ambos têm uma “pesada bagagem no que diz respeito a direitos humanos”.

Keiko Fujimori é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que em 2009 foi condenado a 25 anos de cadeia por crimes contra a humanidade, recebendo posteriormente nova pena de seis anos por ter ordenado escutas secretas a políticos e jornalistas durante os 10 anos em que governou. Ollanta Humala é um ex-tenente-coronel que foi acusado de torturar e de fazer desaparecer pessoas enquanto comandava uma base do exército em 1992.

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