Jornalista assassinado na Nicarágua

O jornalista e empresário de rádio Carlos Guadamuz foi assassinado, a 10 de Fevereiro, junto às instalações da estação televisiva Canal CDNN-23, em Manágua, informou o diário local “La Prensa”.

O presumível autor do crime, William Hurtado, foi capturado de imediato, enquanto Carlos Guadamuz era transportado para o hospital, onde chegou já sem vida.

Segundo o “La Prensa”, o alegado assassino pertenceu à extinta Direcção-Geral de Segurança do Estado, nos anos 80, altura em que Carlos Guadamuz participava na Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) e dirigia “La Voz de Nicaragua”. O jornalista, que chegou a colaborar com o dirigente sandinista, Daniel Ortega, era actualmente um crítico daquela organização.

Em 2000, Guadamuz foi impedido de participar nas eleições municipais pelo partido Caminho Cristão Nicaraguense. Nesse mesmo ano foi expulso da Frente Sandinista, após 36 anos de militância na FSLN, onde ingressara nos anos 60.

Apesar das diferenças de opinião, a FSLN condenou firmemente o assassínio, frisando que “as ideias se combatem com ideias”. A Frente Sandinista classificou a morte de Carlos Guadamuz como um atentado à liberdade de expressão, e exigiu às autoridades o total esclarecimento do caso.

Também o Ministério Público condenou o crime, afirmando que este representa “um atentado contra um dos nossos mais preciosos direitos: a liberdade de expressão”.

O Ministério Público nicaraguense ordenou de imediato uma investigação exaustiva sobre o caso.

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