O jornal chinês de negócios “Henan Shang Bao” foi suspenso por um mês, a contar de 17 de Setembro, por alegada “incúria” na forma como noticiou, em Agosto, factos relativos a um acidente ocorrido durante uma extracção de petróleo na cidade de Ruzhou.

Além da suspensão do jornal, por ordem do Departamento de Propaganda e do gabinete para a Imprensa e Publicações, foram ainda suspensos o autor da peça e o editor do “Henan Shang Bao”, enquanto Ma Yunlong, jornalista prestigiado e conselheiro do diário, foi aconselhado a abandonar as suas funções.

Em Agosto, o “Henan Shang Bao” noticiou as tentativas das autoridades chinesas para impedirem a divulgação de notícias sobre o acidente ocorrido em Julho, revelando que as autoridades pagaram cerca de 20.500 euros para silenciar os repórteres profissionais e os falsos jornalistas que se deslocaram a Ruzhou.

O autor da peça, Fan Youfeng – que aceitou dinheiro para fazer crer que não ia escrever sobre o assunto – conta no seu artigo que muitas pessoas se deslocam aos locais de acidentes como se fossem repórteres, apenas para depois receberem o montante com que as autoridades compram o seu silêncio.

Os acidentes de trabalho na extracção petrolífera matam centenas de trabalhadores na China todos os anos, tornando claro que as normas de segurança são ignoradas. Porém, as notícias da sua ocorrência são abafadas com corrupção ou ameaças.

Em 2003, 11 repórteres da agência noticiosa Xinhua foram considerados culpados de corrupção por terem aceite avultadas somas para silenciarem o facto de uma explosão ocorrida em 2002 numa mina de ouro em Shanxi ter morto 46 pessoas.