Jornal checheno ameaçado de encerramento

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) apelou ao presidente russo, Vladimir Putin, para pôr cobro ao que diz ser a campanha das autoridades da Ingushetia e da Chéchénia contra o semanário independente “Chechenskoye Obshchestvo”.

De acordo com o CPJ, o editor do semanário, Timur Aliev, voltou a ser pressionado a 28 de Julho pelo departamento do crime organizado do Ministério do Interior em Nazran, onde se situa o jornal, devido a uma reportagem recente sobre atentados contra os direitos humanos na Chéchénia por parte das autoridades locais, de militares russos e das forças de segurança chechenas.

Entretanto, segundo informação do CPJ, datada de 29 de Julho, o editor do jornal terá sido informado pelo director da empresa que imprime o semanário de que as autoridades o proibiram de imprimir o “Chechenskoye Obshchestvo”.

O assessor de imprensa do ministro do Interior em Nazran, Murat Zurabov, confirmou ao CPJ que Timur Aliev tinha sido chamado ao Ministério para “conversar”, mas negou qualquer pressão sobre o jornal ou sobre a empresa que o imprime, e garantiu desconhecer medidas para encerrar o periódico.

Considerando que as autoridades continuam a perseguir e pressionar o jornalismo independente que faz a cobertura do conflito na Chéchénia, o CPJ decidiu apelar a Putin para que “garanta que as autoridades permitirão que o “Chechenskoye Obshchestvo” continuará a ser publicado sem medo de represálias”.

O CPJ lembra que não é a primeira vez que o semanário, criado há um ano, é alvo das pressões oficiais. Em Abril, o jornal recebeu um aviso oficial do ministro da Informação por ter noticiado o assassinato de Zelimkhan Yandarbiyev, a 13 de Fevereiro, numa base do Qatar, por rebeldes chechenos. O caso tornou-se um embaraço internacional para o Kremlin quando as autoridades do Qatar prenderam e condenaram dois agentes russos por armadilharem o carro que matou Yandarbiyev.

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