Israel protege militar que terá morto jornalista

O Exército israelita não vai processar criminalmente o militar que a 2 de Maio de 2003 terá atingido mortalmente o jornalista britânico James Miller em Rafah, na Faixa de Gaza.

“A investigação da polícia militar mostra que um tenente das Forças Armadas Israelitas (IDF) alegadamente disparou a sua arma, violando as regras das IDF. Porém, não é legalmente possível relacionar este disparo com o tiro que atingiu James Miller”, informaram a 9 de Março as IDF, que decidiram instaurar um processo disciplinar ao tenente em causa.

Apesar de referirem o relatório da investigação, as IDF não o divulgaram, entregando apenas um resumo de uma página à família do documentarista britânico premiado, que estava na Faixa de Gaza ao serviço da estação televisiva HBO.

Criticando o tempo excessivo da investigação militar e o seu falhanço em recolher os devidamente os dados do caso, a viúva de James Miller planeia recorrer desta decisão e promete instaurar uma acção civil por homicídio.

Para tal conta com o apoio da responsável britânica dos Negócios Estrangeiros para o Médio Oriente, Liz Symons, que garantiu que o governo do Reino Unido vai continuar a pressionar o governo de Israel no sentido de encontrar uma resolução justa para o caso de James Miller.

Segundo o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), desde 2000 que pelo menos sete jornalistas foram mortos nos Territórios Ocupados, todos por fogo israelita. Na maior parte dos casos, o exército não realizou investigações sérias nem assumiu a responsabilidade pelos incidentes.

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