Investigação a desaparecimento de jornalista encerrada

A procuradoria-geral da Bielorússia decidiu dar por encerrada a investigação ao desaparecimento do jornalista Dmitri Zavadski, que foi visto pela última vez a 7 de Julho de 2000, no aeroporto de Minsk.

Esta decisão – justificada em carta enviada à esposa do jornalista com o argumento de que “não se encontrou o indivíduo desaparecido” – chocou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e a Associação de Jornalistas da Bielorússia (BAJ), que já pediram explicações detalhadas ao procurador-geral Viktor Sheyman.

As duas organizações lembraram ainda que o relatório do enviado especial do Conselho da Europa à Bielorússia, Cristos Pourgourides, deu conta do envolvimento de agentes dos Serviços Especiais do Ministério do Interior no desaparecimento de Dmitri Zavadski e apontou para uma tentativa de encobrir o caso.

Dmitri Zavadski foi operador de câmara pessoal do presidente Lukashenko até se demitir em 1996 da televisão estatal e iniciar funções, posteriormente, na estação russa ORT. Em 1997, ele e um colega da ORT estiveram dois meses presos por relatarem a existência de falhas de segurança na fronteira entre a Bielorússia e a Lituânia.

A 16 de Julho de 2002, o Supremo Tribunal condenou a prisão perpétua o antigo chefe dos Serviços Especiais do Ministério do Interior, Valery Ignatovich, e um dos seus subordinados pelo rapto e assassinato de Dmitri Zavadski e de cinco outras pessoas, mas o julgamento não revelou as circunstâncias, nem as pessoas, por detrás da acção.

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