O Sindicato dos Jornalistas (SJ) criticou hoje Jacques Rodrigues, patrão da Impala, por colocar em causa a dignidade dos directores das suas publicações, assim como dos seus jornalistas, ao distribuir uma comunicação interna que transforma os primeiros em controladores de saída dos segundos.
Em comunicado divulgado hoje, 28 de Abril, o SJ frisa que o documento imposto pela administração não corresponde a nenhuma competência prevista no Estatuto do Jornalista ou na Lei de Imprensa, além de ir contra as práticas instituídas no sector.
O SJ apela ainda aos trabalhadores da Impala para se reorganizarem, pois “é indispensável a unidade de todos e a sua organização na empresa”, baseada nos delegados sindicais.
É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:
Patrão da Impala ofende directores
1.O patrão da Impala, Jacques Rodrigues, distribuiu uma comunicação interna através da qual transforma os directores das suas publicações em controladores de saída dos jornalistas, ofendendo a dignidade da função emergente da lei e dos usos no sector.
2. A comunicação interna, que entrou em vigor no dia 27 de Março, impõe que os directores preencham um documento de autorização de saída do “Edifício Impala”, atribuindo-lhes responsabilidade pessoal “pela ausência do local de trabalho de qualquer elemento da equipa” redactorial.
3. Passando um atestado de menoridade aos jornalistas e respectivos superiores hierárquicos, o patrão da Impala trata os directores como carcereiros e introduz ilegitimamente uma competência nas funções de direcção que tem de ser considerada ofensiva.
4. O “Documento de saída do Edifício Impala” imposto pela administração, no qual é obrigatória a indicação do “motivo da saída”, constitui uma violação grosseira da reserva do trabalho jornalístico e até uma humilhação dos directores e dos jornalistas, pois carece de validação pelos serviços de segurança.
5. Além de não corresponder a nenhuma competência prevista no Estatuto do Jornalista ou na Lei de Imprensa, o patrão da Impala age como se não fosse possível acontecer nas suas redacções o que acontece em qualquer Redacção, onde, sempre que um jornalista se ausenta (por qualquer motivo) se limita a informar o seu chefe directo.
6. Ao denunciar publicamente uma prática que atenta contra a dignidade das pessoas e degrada a imagem dos directores, a Direcção do SJ expressa a sua solidariedade para com os jornalistas da Impala e apela para que se reorganizem na defesa dos seus direitos.
7. O SJ recorda que, independentemente da sua disponibilidade e competência para intervir em defesa dos jornalistas, é indispensável a unidade de todos e a sua organização na empresa (baseada nos delegados sindicais).
Lisboa, 28 de Abril de 2006
A Direcção